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Com a queda de 15% do dólar em relação ao real desde o início do ano, o consumidor brasileiro se pergunta: e a gasolina, vai agora ficar mais barata? A inflação vai perder força?
A BBC News Brasil perguntou a economistas e, segundo eles, os preços praticados pela Petrobras nas refinarias ainda estão defasados em relação ao mercado internacional, mesmo com a queda de preços do barril de petróleo e a valorização recente do real em relação ao dólar.
Assim, uma redução de preços pela empresa é improvável neste momento, dizem os especialistas.
Mas os analistas também não acreditam em nova alta para corrigir a defasagem atual - estimada entre 5% e 10%, ante quase 40% no início de março, quando o petróleo chegou próximo a US$ 140 e o dólar ainda era negociado acima de R$ 5.
Quanto aos efeitos na inflação em geral, há quem defenda que seria necessário um dólar em queda por período mais longo para que a mudança do câmbio tenha efeitos em itens como alimentos e bens industriais.
E mesmo quem acredita que a queda já dura tempo relevante admite que, quando o dólar sobe, os repasses são sempre mais rápidos do que quando ele cai.
"Existe uma resistência maior dos empresários em dar descontos", observa Rafaela Vitória, economista-chefe do Banco Inter.
Entenda o atual cenário para o preços dos combustíveis, o que leva Brasil a ter gasolina mais cara do que seus vizinhos da América do Sul e o que esperar da inflação em geral, diante do atual cenário de queda do dólar.
Gasolina pode ficar mais barata com queda do dólar?
Os especialistas aqui são unânimes: neste momento, isso é improvável.
Étore Sanchez, economista-chefe da gestora de recursos Ativa Investimentos, lembra que, em primeiro lugar, é preciso diferenciar preços da Petrobras e preços dos combustíveis na bomba.
A Petrobras controla os preços nas refinarias, o começo da cadeia da gasolina que chega aos postos. A gasolina vendida nas refinarias é de tipo A e não possui etanol. Já a gasolina que se compra nos postos é de tipo C, com a adição de etanol feita pelas distribuidoras.
Segundo estimativa da Petrobras, o peso da gasolina comercializada pela empresa no preço final do produto vendido ao consumidor é de cerca de 38%, com o restante do preço formado pelo custo do etanol adicionado, impostos e a margem de distribuição e revenda.
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